segunda-feira, 2 de março de 2020

Krsna a Suprema Personalidade de Deus - Capítulo 12 - Matança do Demônio Aghasura

Uma vez, o Senhor desejou ir de manhã cedo para a floresta junto com seus amigos meninos pastores de vacas, onde eles se reuniriam e tomariam lanche. Logo que levantou da cama, Ele tocou Seu chifre de búfalo e chamou todos Seus amigos juntos. Eles partiram para a floresta e mantiveram os bezerros na frente. Dessa maneira, o Senhor Krishna reuniu milhares de Seus amigos. Todos eles estavam equipados com um cajado, flauta e chifre, e também uma bolsa com a lancheira, e cada um deles cuidava de milhares de bezerros. Todos os meninos pareciam muito alegres e felizes nessa excursão. Cada um e todos eles estavam atentos a seus bezerros pessoais. Os meninos estavam totalmente adornados com vários tipos de ornamentos de ouro e devido a suas propensões esportivas, eles começaram a colher flores, folhas, galhos, penas de pavão e barro vermelho de vários lugares na floresta, e começaram a se vestir de várias formas diferentes. Enquanto atravessavam a floresta, um menino pegou a lancheira de outro menino e a passou para um terceiro. Quando o menino que teve a lancheira furtada veio a saber disso, tentou recuperá-la. Mas um atirou para outro menino. Essa brincadeira esportiva continuou entre os meninos na forma de passatempos infantis.


Quando o Senhor Krishna ia adiante até um local distante a fim de ver algum cenário específico, os meninos atrás Dele tentavam correr e alcançá-Lo para ser o primeiro a tocá-Lo. Assim, havia uma grande competição. Um dizia, "eu vou lá e tocarei Krishna", e outro dizia, "ó, você não pode ir. Eu vou tocar Krishna primeiro". Alguns deles tocavam suas flautas ou vibravam seus clarins feitos de chifre de búfalo. Alguns deles seguiam os pavões alegremente e imitavam os sons onomatopéicos do cuco. Enquanto os pássaros voavam no céu, os meninos corriam atrás das sombras dos pássaros no chão e tentavam seguir o curso exato deles. Alguns deles iam para junto dos macacos e se sentavam em silêncio ao lado deles, e alguns deles imitavam a dança dos pavões. Alguns deles pegavam no rabo dos macacos e brincavam com eles, e quando os macacos pulavam numa árvore os meninos também os seguiam. Quando um macaco fazia careta e mostrava os dentes, um menino imitava e mostrava seus dentes para o macaco. Alguns dos meninos brincavam com as rãs na margem do Yamuna, e quando, por medo, as rãs pulavam na água, os meninos mergulhavam atrás delas imediatamente, e saíam da água depois que viam suas próprias sombras e de pé, faziam imitações, faziam caricaturas e riam. Eles iam até um poço seco e gritavam bem alto, e quando o eco voltava, eles diziam palavras de insulto e davam risada.


Como afirmado pessoalmente pela Suprema Personalidade de Deus no Bhagavad-gita, Ele é realizado proporcionalmente pelos transcendentalistas como Brahman, Paramatma e a Suprema Personalidade de Deus. Aqui, na confirmação da mesma afirmação, o Senhor Krishna, que concede realização de Brahman ao impersonalista com Seu esplendor corpóreo, também dá prazer aos devotos como a Suprema Personalidade de Deus. Aqueles que estão sob o encanto da energia externa, maya, acham que Ele é apenas uma bela criança. Mesmo assim, Ele deu prazer transcendental pleno aos meninos pastores de vacas que brincavam com Ele. Somente depois de acumularem montanhas de atividades piedosas, esses meninos foram promovidos para a companhia pessoal da Suprema Personalidade de Deus. Quem pode estimar a fortuna transcendental dos residentes de Vrindavana? Eles visualizavam pessoalmente a Suprema Personalidade de Deus face a face, Ele que muitos yogis não conseguem encontrar mesmo depois de se submeterem a severas austeridades, apesar Dele estar sentado dentro do coração. Isso é confirmado no Brahma-samhita. Alguém pode procurar por Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, através das páginas dos Vedas e Upanishads, mas se for afortunado o bastante para se associar com um devoto, poderá ver a Suprema Personalidade de Deus face a face. Depois de acumular muitas atividades piedosas em muitas e muitas vidas prévias, os meninos pastores de vacas viam Krishna face a face e brincavam com Ele como amigos. Eles não entendiam que Krishna é a Suprema Personalidade de Deus, mas brincavam como amigos íntimos com amor intenso por Ele.


Quando o Senhor Krishna desfrutava Seus passatempos infantis com Seus amigos, um demônio Aghasura ficou muito impaciente. Ele não podia tolerar ver Krishna brincar, por isso apareceu diante dos meninos com a intenção de matar todos. Esse Aghasura era tão perigoso que até mesmo os habitantes do céu tinham medo dele. Apesar dos habitantes celestiais beberem néctar diariamente para prolongar suas vidas, tinham medo desse Aghasura e pensavam: "Quando o demônio vai ser morto"? Os seres celestiais costumam beber néctar para se tornarem imortais, mas na realidade, não confiam na sua imortalidade. Por outro lado, os meninos que brincavam com Krishna não tinham medo de demônios. Eles eram livres de medo. Quaisquer arranjos materiais para proteger-se da morte são sempre incertos, mas se a pessoa estiver em Consciência de Krishna, então a imortalidade está assegurada confiantemente.

O demônio Aghasura apareceu na frente de Krishna e Seus amigos. Acontece que Aghasura era irmão mais novo de Putana e Bakasura, e ele pensou: "Krishna matou meu irmão e minha irmã. Agora vou matá-Lo junto de todos Seus amigos e bezerros". Aghasura foi instigado por Kamsa, por isso, vinha com determinação. Aghasura também começou a pensar que quando fosse oferecer grãos e água em memória de seu irmão e irmã e matar Krishna e todos os meninos pastores de vacas, então automaticamente todos os habitantes de Vrindavana também morreriam. Geralmente, para os familiares, as crianças são a vida e a força respiratória. Depois que todas crianças morressem, então naturalmente os pais também morreriam por causa da forte afeição por eles.

Aghasura, após decidir dessa forma matar todos habitantes de Vrindavana, expandiu-se pelo yoga-siddhi chamado mahima. Os demônios geralmente são peritos em obterem quase todos os tipos de poderes místicos. No sistema de yoga, a perfeição chamada mahima-siddhi permite que a pessoa se expanda na forma que desejar. O demônio Aghasura se expandiu até treze quilômetros e assumiu a forma de uma serpente bem gorda. Ao assumir esse corpo espantoso, ele escancarou sua boca igual a uma caverna na montanha. Ele desejava engolir todos os meninos de uma vez, inclusive Krishna e Balarama, então parou no caminho.

O demônio na forma de uma grande serpente gorda expandiu seus lábios da terra até o céu; seu lábio inferior tocava a terra e seu lábio superior tocava as nuvens. Sua mandíbula parecia uma grande caverna na montanha, sem iluminação, e seus dentes pareciam picos de montanhas. Sua língua parecia uma larga rodovia, e ele respirava igual a um furacão. O fogo de seus olhos era ardente. Primeiro, os meninos pensaram que o demônio era uma estátua, mas depois de examinar melhor, viram que era mais parecido com uma grande serpente deitada na estrada com a boca escancarada. Os meninos começaram a pensar entre eles: "Essa figura parece ser um grande animal, e ele está parado numa postura justamente para engolir todos nós. Olhem, não é uma grande serpente que escancarou sua boca para comer todos nós"?

Um deles disse: "Sim, o que você disse é verdade. O lábio superior desse animal parece igual ao sol ardente, e seu lábio inferior é como o reflexo do sol avermelhado no chão. Caros amigos, apenas olhem para o lado direito e esquerdo da boca do animal. Sua boca parece ser como uma grande caverna na montanha, e sua altura não pode ser estimada. O queixo também é elevado igual ao pico de uma montanha. Aquela longa rodovia parece ser sua língua, e dentro da boca é tão escuro quanto dentro de uma caverna na montanha. O vento forte que sopra como um furacão é sua respiração, e o mau cheiro de peixe que sai de sua boca é o cheiro dos seus intestinos".

Então eles consultaram mais entre si: "Se todos nós entrarmos ao mesmo tempo na boca dessa grande serpente, como será possível engolir todos nós? E mesmo se tiver que engolir todos nós de uma vez, não vai conseguir engolir Krishna. Krishna vai matá-lo imediatamente, como Ele fez com Bakasura". Falando dessa maneira, todos os meninos olharam para a bela face como o lótus de Krishna, e começaram a bater palmas e sorrir. E assim eles marcharam adiante e entraram na boca da serpente gigantesca.

Entretanto, Krishna, que é a Superalma dentro do coração de todos, pôde entender que aquela grande figura monumental era um demônio. Enquanto Ele planejava como impedir a destruição de Seus amigos íntimos, todos os meninos junto com suas vacas e bezerros entraram na boca da serpente. Mas Krishna não entrou. O demônio esperava a entrada de Krishna, e pensava: "Todos entraram exceto Krishna, que matou meus irmãos e irmãs".

Krishna é a garantia de segurança para todos. Mas quando viu que Seus amigos já estavam fora de Suas mãos e estavam deitados dentro do estômago de uma grande serpente, Ele ficou, momentaneamente, preocupado. Ele também ficou admirado de ver como a energia externa trabalha tão maravilhosamente. Então, Ele começou a considerar como o demônio devia ser morto e como Ele poderia salvar os meninos e os bezerros. Apesar de não haver nenhuma preocupação real da parte de Krishna, Ele pensava dessa forma. Finalmente, depois de um pouco de deliberação, Ele também entrou na boca do demônio. Quando Krishna entrou, todos os semideuses, que se reuniram para assistir à diversão e que estavam escondidos nas nuvens, começaram a expressar seus sentimentos com as palavras: "Ai de mi! Ai de mim"! Ao mesmo tempo, todos os amigos de Aghasura, especialmente Kamsa, que eram todos acostumados a comer carne e sangue, começaram a expressar seu júbilo, compreendendo que Krishna também tinha entrado na boca do demônio.


Enquanto o demônio tentava esmagar Krishna e Seus companheiros, Krishna ouviu os semideuses gritando: "Ai de mi! Ai de mim"! E Ele imediatamente começou a Se expandir dentro da garganta do demônio. Apesar de ter um corpo gigante, o demônio ficou sufocado pela expansão de Krishna. Seus grandes olhos se moviam violentamente, e ele ficou sufocado rapidamente. Seu ar vital não conseguia sair de jeito nenhum, e finalmente ele irrompeu através de um buraco na parte superior de seu crânio. Assim, seu ar vital expirou. Depois que o demônio caiu morto, Krishna somente com Seu olhar transcendental, trouxe todos os meninos e bezerros de volta à consciência e saiu com eles da boca do demônio. Enquanto Krishna estava dentro da boca de Aghasura, a alma espiritual do demônio saiu como a luz de um relâmpago, que iluminou todas as direções, e esperou no céu. Assim que Krishna com Seus bezerros e amigos saíram da boca do demônio, aquela luz brilhante cintilante, imediatamente imergiu dentro do corpo de Krishna dentro da visão de todos os semideuses.

Os semideuses ficaram extasiados de alegria e começaram a jogar chuvas de flores na Suprema Personalidade de Deus, Krishna, e assim eles O adoraram. Os habitantes celestiais começaram a dançar em júbilo, e os habitantes de Gandharvaloka começaram a oferecer vários tipos de preces. Os músicos dos tambores começaram a bater em seus tambores em júbilo, os brahmanas começaram a recitar os hinos Védicos, e todos os devotos do Senhor começaram a cantar as palavras: "Jaya! Jaya! Todas as glórias à Suprema Personalidade de Deus"!

Quando o Senhor Brahma ouviu essas vibrações auspiciosas que soaram por todo o sistema planetário superior, imediatamente desceu para ver o que acontecia. Ele viu que o demônio foi morto, e ele estava maravilhado com os gloriosos passatempos incomuns da Personalidade de Deus. A boca gigantesca do demônio permaneceu na posição aberta por muitos dias e gradualmente secou; e continuou a ser um local de passatempos de prazer para todos os meninos pastores de vacas.

A morte de Aghasura aconteceu quando Krishna e todos os Seus amiguinhos estavam abaixo de cinco anos de idade. Crianças abaixo de cinco anos se chamam kaumara; depois dos cinco anos até o décimo ano, elas se chamam pauganda; e depois do décimo ano até o décimo quinto ano, elas se chamam kaishora. Depois do décimo quinto ano, os meninos são chamados de jovens. Assim por um ano não houve nenhuma discussão sobre o incidente do demônio Aghasura na vila de Vraja. Mas quando completaram seu sexto ano, eles informaram seus pais sobre o incidente com grande admiração. O motivo disso será explicado claramente no próximo Capítulo.

Para Sri Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, que é muito maior do que semideuses como o Senhor Brahma, não é nem um pouco difícil conceder a alguém a oportunidade de imergir em Seu corpo eterno. Foi isso que Ele concedeu a Aghasura. Aghasura com certeza era o ser vivo mais pecaminoso, e não é possível um pecaminoso imergir dentro da existência da Verdade Absoluta. Mas neste caso específico, porque Krishna entrou dentro do corpo de Aghasura, o demônio ficou limpo de todas as reações pecaminosas. Pessoas que pensam constantemente na forma eterna do Senhor na forma da Deidade ou na forma de uma forma mental são agraciadas com o objetivo transcendental de entrar no Reino de Deus e se associar com a Suprema Personalidade de Deus. Por isso, imaginemos a posição elevada de alguém como Aghasura em cujo corpo a Suprema Personalidade de Deus, Krishna, entrou pessoalmente. Grandes sábios, meditadores e devotos constantemente mantêm a forma do Senhor dentro do coração, ou vêem a forma do Senhor como Deidade nos templos; assim, ficam liberados de toda contaminação material e no fim do corpo entram no Reino de Deus. Essa perfeição é possível simplesmente por manter a forma do Senhor dentro da mente. Mas no caso de Aghasura, a Suprema Personalidade de Deus entrou. A posição de Aghasura era portanto maior do que a do devoto ordinário ou dos grandes yogis.

Maharaja Parikshit, que estava concentrado em ouvir os passatempos transcendentais do Senhor Krishna (que salvou a vida de Maharaja Parikshit quando estava no ventre de sua mãe), ficou mais e mais interessado em ouvir sobre Ele. E assim ele indagou do sábio Shukadeva Goswami, que recitava o Srimad Bhagavatam perante o rei.

O rei Parikshit ficou um pouco em dúvida para entender porque a matança do demônio Aghasura não foi discutida por um ano, até depois que os meninos alcançaram a idade pauganda. Maharaja Parikshit foi muito inquisitivo para aprender isso, porque ele tinha certeza que um incidente assim era devido ao trabalho das diferentes energias de Krishna.

Geralmente, os kshatriyas ou classe administrativa estão sempre ocupados com seus assuntos políticos, e eles têm muito pouca chance de ouvir sobre os passatempos transcendentais do Senhor Krishna. Mas enquanto Maharaja Parikshit ouvia os passatempos transcendentais, ele se achava muito afortunado porque ouvia de Shukadeva Goswami, a maior autoridade do Srimad Bhagavatam. Solicitado dessa forma por Maharaja Parikshit, Shukadeva Goswami continuou a falar sobre os passatempos transcendentais do Senhor Krishna no assunto de Sua forma, qualidade, fama e parafernália.


Assim termina o significado Bhaktivedanta do Capítulo Doze de Krishna, "Matança do Demônio Aghasura".
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Questionário sobre o Capítulo 12:

1 - Refletir sobre a cena de Krsna andando com seus amigos pastorzinhos. Conte esta história para alguém.

2 - Pense sobre os três tipos de realizações de Deus (Brahman, Paramatma e Bhagavan). Agora reflita sobre a posição dos habitantes de Vraja e a relação deles com Krsna.

3 - Quem eram os irmãos de Aghasura. Por que ele queria se vingar de Krsna? Qual era o seu poder místico e qual era sua forma neste passatempo?

4 - Analise a atitude dos pastorzinhos ao entrarem na boca do demônio.

5 - O que aconteceu antes da morte deste demônio?

6 - Qual foi a reação dos semideuses diante da atitude de Krsna?

7 - Qual foi o destino último deste demônio?  Seja sincera e diga se você acha justa esta atitude de Krsna.

8 - Por que o rei Pariksit é citado dentro deste capítulo.

9 - Você consegue identificar este anartha na sua vida?

Krsna a Suprema Personalidade de Deus - Capítulo 11 - Matança dos Demônios Vatsasura e Bakasura

Quando as duas árvores arjuna caíram no chão, com um estrondo parecido com a queda de raios, todos habitantes de Gokula, inclusive Nanda Maharaja, foram imediatamente para o local. Eles ficaram muito abismados ao verem como as duas árvores enormes caíram repentinamente. Porque não acharam nenhuma razão para a queda delas, ficaram intrigados. Quando viram o bebê Krishna amarrado no pilão de madeira com as cordas de Yashoda, começaram a pensar que aquilo foi causado por algum demônio. Senão, como era possível? Ao mesmo tempo, eles estavam muito perturbados porque esses incidentes incomuns sempre aconteciam com o bebê Krishna. Enquanto os pastores de vacas mais velhos contemplavam dessa forma, as crianças que brincavam ali contaram para os adultos que as árvores caíram porque Krishna puxou o pilão de madeira com as cordas nas quais estava amarrado. "Krishna passou no meio das duas árvores", eles explicaram, "o pilão de madeira estava caído e ficou preso entre as duas árvores. Krishna começou a puxar a corda, e as árvores caíram. Quando as duas árvores caíram, dois homens muito brilhantes saíram das árvores, e começaram a falar com Krishna".

A maioria dos pastores adultos não acreditou na afirmação das crianças. Eles não podiam acreditar que essas coisas eram possíveis. Alguns deles, entretanto, acreditaram e disseram a Nanda Maharaja, "seu filho é diferente das outras crianças. Ele pode ter feito isso". Nanda Maharaja começou a sorrir, ao ouvir sobre as habilidades extraordinárias de seu filho. Ele foi em frente e desatou o nó para soltar seu filho prodigioso. Depois de ser solto por Nanda Maharaja, Krishna foi pego no colo pelas gopis mais velhas. Elas O levaram para o quintal da casa e começaram a bater palmas, e elogiar Suas atividades maravilhosas. Krishna começou a bater palmas junto com elas como uma criança ordinária. O Supremo Senhor Krishna, completamente controlado pelas gopis, começou a cantar e dançar como uma marionete em suas mãos.

Às vezes, mãe Yashoda costumava pedir para Krishna trazer uma prancha de madeira para ela sentar. Apesar da prancha de madeira ser muito pesada para uma criança carregar, mesmo assim Krishna de algum jeito conseguia trazê-la para Sua mãe. Às vezes, durante a adoração a Narayana, Seu pai pedia para Ele trazer seus chinelos de madeira, e Krishna, com muita dificuldade, punha os chinelos em Sua cabeça e os levava a Seu pai. Quando pediam para Ele levantar algum objeto pesado e Ele não conseguia levantá-lo, simplesmente mexia Seus braços. Desse modo, diariamente, em cada momento, Ele era o reservatório de prazer de Seus pais. O Senhor exibiu essas atividades infantis para os habitantes de Vrindavana porque Ele queria mostrar aos grandes filósofos e sábios que procuram pela Verdade Absoluta como a Suprema Verdade Absoluta Personalidade de Deus é controlada e sujeita aos desejos de Seus devotos puros.


Certo dia, um vendedor de frutas veio à casa de Nanda Maharaja. Quando ouviu a chamada do vendedor, "se alguém quiser frutas, por favor, venha e as compre de mim"! O bebê Krishna imediatamente pegou um punhado de grãos e foi para conseguir trocar por frutas. Naquela época, o intercâmbio comercial era por meio de permuta; assim, Krishna deve ter visto Seus pais trocarem frutas e outras mercadorias com a permuta de grãos, por isso Ele imitou. Porém, as palmas de Suas mãos eram muito pequenas, e Ele não tomou muito cuidado para segurar direito, assim os grãos caíam pelo caminho. O vendedor que veio vender frutas viu isso e ficou muito fascinado com a beleza do Senhor, por isso ele aceitou imediatamente os poucos grãos que sobraram nas palmas das mãos Dele, e encheu Suas mãos com frutas. Nesse meio tempo, o vendedor viu que sua cesta de frutas ficou completamente cheia de jóias. O Senhor é quem concede todas as bênçãos. Se alguém der algo ao Senhor, não é perdedor; ele é ganhador um milhão de vezes a mais.

Certo dia, o Senhor Krishna, o libertador das árvores arjuna gêmeas, brincava com Balarama e outras crianças na margem do Yamuna, e porque o período da manhã já estava no fim, Rohini, a mãe de Balarama, foi chamá-Los para voltarem à casa. Mas Balarama e Krishna estavam tão entretidos na brincadeira com Seus amigos que não quiseram voltar para casa; Eles simplesmente Se absorveram mais ainda na brincadeira. Quando Rohini não conseguiu trazê-Los de volta, voltou para casa e mandou mãe Yashoda chamá-Los novamente. Mãe Yashoda tinha tanto afeto por seu filho que logo quando saiu para chamá-Lo de volta para casa, seus seios se encheram de leite. Ela gritou alto: "Meu querido filho, por favor, venha para casa. Já passou Sua hora de almoço". Então ela disse: "Meu querido Krishna, ó meu querido filho com olhos de lótus, por favor, venha e mame em meu seio. Você já brincou bastante. Você deve estar com muita fome, meu querido filhinho. Você deve estar cansado de brincar por tanto tempo". Ela também chamou Balarama assim: "Meu querido, a glória de Sua família, por favor, venha com Seu irmão mais novo Krishna imediatamente. Você está brincando desde cedo, e Você deve estar muito cansado. Por favor, venha e tome Seu almoço em casa. Seu pai Nanda Maharaja espera por Você. Ele precisa comer, por isso Você precisa vir para que ele possa comer".

Quando Krishna e Balarama ouviram que Nanda Maharaja esperava por Eles e não podia comer seu almoço na ausência Deles, Eles começaram a voltar. Seus outros companheiros reclamaram: "Krishna vai nos deixar justamente no ponto onde nossa brincadeira está no auge. Na próxima vez, não vamos deixá-Lo sair".

Seus amigos então ameaçaram não deixá-Lo brincar mais com eles. Krishna ficou com medo, e em vez de ir para casa, voltou para brincar novamente com os meninos. Nesse momento, mãe Yashoda ralhou com as crianças e disse para Krishna: "Meu querido Krishna, Você pensa que é um menino de rua? Que não tem casa? Por favor, venha para Sua casa! Vejo que Seu corpo ficou muito sujo porque brincou desde a manhã cedo. Agora, venha para casa e tome Seu banho. Além do mais, hoje é a cerimônia do Seu aniversário; por isso, Você tem que voltar para casa e dar vacas em caridade aos brahmanas. Você não viu que Seus amiguinhos foram enfeitados com adereços por suas mães? Você também tem que ficar limpo e vestido com uma bela roupa e adereços. Por favor, então, venha para casa, tome Seu banho, vista-Se bem, e depois Você poderá ir brincar novamente".

Assim, mãe Yashoda chamou o Senhor Krishna e Balarama de volta, Eles que são adorados por grandes semideuses como o Senhor Brahma e o Senhor Shiva. Ela pensava Neles como se fossem seus filhos.

Quando os filhos de mãe Yashoda, Krishna e Balarama, chegaram à casa, ela Os banhou muito bem e Os vestiu com adereços. Então, ela chamou os brahmanas, e por meio de seus filhos, deu muitas vacas em caridade pela ocasião do aniversário de Krishna. Dessa forma, ela realizou a cerimônia do aniversário de Krishna em casa.

Depois desse incidente, todos os membros mais velhos da comunidade de pastores de vacas se reuniram, e Nanda Maharaja presidiu a sessão. Eles começaram a consultar entre si como parar as grandes perturbações em Mahavana por causa dos demônios. Nessa reunião, Upananda, irmão de Nanda Maharaja, estava presente. Ele era considerado sábio e experiente, e era benquerente de Krishna e Balarama. Ele era um líder, e começou a discursar na reunião como se segue: "Meus queridos amigos! Precisamos sair daqui agora e ir para outro lugar porque percebemos continuamente que grandes demônios vêm aqui para perturbar a situação pacífica, e tentam principalmente matar as crianças pequenas. Considerem Putana e Krishna. Foi somente pela graça do Senhor Hari que Krishna foi salvo das mãos de uma demônia tão grande. Em seguida, o demônio furacão levou Krishna embora para o céu, mas pela graça do Senhor Hari, Ele foi salvo, e o demônio caiu sobre uma laje de pedra e morreu. Muito recentemente, essa criança brincava entre duas árvores, e as duas árvores caíram violentamente, mesmo assim, a criança não sofreu qualquer ferimento. Portanto, o Senhor Hari O salvou novamente. Imaginem a calamidade se essa criança ou qualquer outra criança que brincasse com Ele fosse esmagada pelas árvores que caíram! Devemos considerar todos esses incidentes, e concluir que este lugar não é mais seguro. Vamos sair daqui. Todos nós fomos salvos de muitas calamidades pela graça do Senhor Hari. Agora, precisamos ser cautelosos e deixar este lugar e residir onde possamos viver em paz. Eu acho que todos nós devemos ir para a floresta conhecida como Vrindavana, agora mesmo, lá, as plantas e ervas acabaram de crescer. É um lugar muito adequado para campo de pastagem de nossas vacas, e nós e nossas famílias, as gopis e seus filhos, podemos viver pacificamente ali. Perto de Vrindavana, fica a colina Govardhana, que é muito bela, e possui grama fresca e forragem para os animais, assim não haverá dificuldade em viver lá. Por isso, eu sugiro que partamos imediatamente para esse belo lugar, porque não há necessidade de perdermos mais tempo. Vamos preparar nossos carros imediatamente, e, se quiserem, vamos partir, e manteremos todas as vacas na frente".

Ao ouvirem o discurso de Upananda, todos os pastores de vacas concordaram imediatamente. "Vamos embora imediatamente". Todos então carregaram toda sua mobília e utensílios domésticos nos carros e se prepararam para ir a Vrindavana. Todos os idosos da vila, as crianças e mulheres foram acomodados em assentos, e os pastores de vacas armados com arcos e flechas seguiam os carros. Todas as vacas e touros juntos com seus bezerros foram colocados na frente, e os homens rodeavam os rebanhos com seus arcos e flechas e começaram a soar seus chifres e clarins. Dessa forma, com um som tumultuoso, eles partiram para Vrindavana.


Quem pode descrever as donzelas de Vraja? Todas elas estavam sentadas nos carros e estavam muito bem vestidas com adereços e saris suntuosos. Elas começaram a cantar os passatempos da criança Krishna como de costume. Mãe Yashoda e mãe Rohini estavam sentadas em um carro separado, e Krishna e Balarama estavam sentados em seus colos. Enquanto as mães Rohini e Yashoda estavam no carro, falavam com Krishna e Balarama, e por sentir o prazer dessas conversas, elas ficaram muito, muito belas.

Assim, quando chegaram a Vrindavana, onde todos vivem eternamente, com muita paz e felicidade, rodearam Vrindavana e mantiveram todos os carros juntos. Depois que viram a bela aparência de Govardhana na beira do rio Yamuna, começaram a construir seus locais de residência. Enquanto pessoas de mesma idade andavam juntas e crianças falavam com seus pais, os habitantes de Vrindavana se sentiram muito felizes.

Nesse momento, Krishna e Balarama ficaram encarregados dos bezerros. A primeira responsabilidade dos meninos pastores de vacas era tomar conta dos bezerros pequenos. Os meninos são treinados dessa forma desde o começo de sua infância. Assim, junto com outros pequenos meninos pastores de vacas, Krishna e Balarama foram para o campo de pastagem, e tomaram conta dos bezerros e brincaram com Seus amiguinhos. Enquanto cuidavam dos bezerros, às vezes, os dois irmãos tocavam Suas flautas. E outras vezes Eles brincavam com frutas amalaka e frutas bael, do mesmo modo como crianças pequenas brincam com bolas. Outras vezes, Eles dançavam e faziam tinir Seus guizos de tornozelo. Às vezes, Eles Se faziam de touros e vacas por Se cobrirem com cobertores. Assim, Krishna e Balarama brincavam. Os dois irmãos também costumavam imitar os sons de touros e vacas e brincavam de tourada. Às vezes, Eles costumavam imitar os sons de vários animais e pássaros. Dessa forma, Eles desfrutavam de Seus passatempos de infância aparentemente como crianças mundanas comuns.

Certa vez, quando Krishna e Balarama brincavam na margem do Yamuna, um demônio chamado Vatsasura assumiu a forma de bezerro e foi até lá com a intenção de matar os irmãos. Como assumiu a forma de um bezerro, o demônio pôde se misturar com os outros bezerros. Krishna, entretanto, notou isso especificamente, e Ele contou a Balarama imediatamente sobre a entrada do demônio. Os dois irmãos então o seguiram e o capturaram com astúcia. Krishna segurou o demônio bezerro pelas duas patas traseiras e rabo, sacudiu-o em volta severamente e o atirou em cima de uma árvore. O demônio perdeu sua vida e caiu de cima da árvore no chão. Quando o demônio caiu morto no chão, todos os amigos de Krishna O congratularam: "Bem feito, bem feito", e os semideuses no céu começaram a jogar chuvas de flores com grande satisfação. Dessa forma, os mantenedores da criação inteira, Krishna e Balarama, costumavam cuidar dos bezerros na manhã todos os dias, e assim Eles desfrutavam Seus passatempos infantis como meninos pastores de vacas em Vrindavana.

Todos os meninos pastores de vacas iam diariamente à beira do rio Yamuna para dar de beber a Seus bezerros. Geralmente, quando os bezerros bebiam a água do Yamuna, os meninos também bebiam. Um dia, depois de beber, quando estavam sentados na margem do rio, eles viram um animal enorme que parecia algo como um pato e era grande como uma colina. Sua cabeça era forte como um raio. Quando viram esse animal incomum, ficaram com medo dele. O nome dessa fera era Bakasura, e ele era amigo de Kamsa. Ele apareceu na cena de repente e imediatamente atacou Krishna com seu bico pontudo e afiado, e O engoliu rapidamente. Quando Krishna foi engolido dessa forma, todos os meninos, liderados por Balarama, ficaram quase sem respiração, como se tivessem morrido. Mas enquanto o demônio Bakasura engolia Krishna, sentiu uma sensação de fogo ardente em sua garganta. Isso foi por causa do esplendor do brilho de Krishna. O demônio expeliu Krishna rapidamente e tentou matá-Lo por bicá-Lo com seu bico. Bakasura não sabia que apesar de Krishna fazer o papel de um filho de Nanda Maharaja, mesmo assim Ele ainda é o pai original do Senhor Brahma, o criador do universo. O filho de mãe Yashoda, que é o reservatório de prazer de todos os semideuses e que é o mantenedor das pessoas santificadas, pegou nos bicos do grande pato gigantesco, e, na frente de Seus amigos meninos pastores de vacas, bifurcou a boca dele, da mesma forma como uma criança pequena bifurca uma folha de grama. Do céu, os habitantes dos planetas celestiais jogaram chuvas de flores como a cameli, a mais fragrante de todas as flores, como um sinal de suas congratulações. Acompanhava a chuva de flores, uma vibração de clarins, tambores e búzios.


Quando os meninos viram a chuva de flores e ouviram os sons celestiais, ficaram maravilhados. Quando viram Krishna, todos eles, inclusive Balarama, ficaram tão contentes que parecia que tinham recuperado sua própria fonte de vida. Logo que viram Krishna indo em direção a eles, eles um por um abraçaram o filho de Nanda e O apertavam em seus peitos. Depois disso, eles reuniram todos os bezerros que estavam sob seus cuidados e começaram a voltar para casa.

Ao voltarem para suas casas, começaram a falar sobre as atividades maravilhosas do filho de Nanda. Quando todas as gopis e pastores de vacas ouviram a história dos meninos, sentiram grande felicidade porque naturalmente amavam muito Krishna, e ao ouvir sobre Suas glórias e atividades vitoriosas, ficaram com mais afeição ainda por Ele. Por pensar que a criança Krishna foi salva da boca da morte, eles começavam a ver Sua face com grande amor e afeição. Eles sofriam muitas ansiedades, mas não podiam virar suas faces do campo de visão de Krishna. As gopis e os homens começaram a confabular entre si sobre como a criança Krishna foi atacada de tantas formas e tantas vezes por tantos demônios, e mesmo assim, os demônios foram mortos e Krishna não foi ferido. Eles continuaram a confabular entre si sobre como demônios tão grandes em corpos tão aterrorizantes atacaram Krishna para matá-Lo, mas pela graça de Hari, eles não puderam causar nem mesmo um pequeno ferimento. Em vez disso, eles morreram como pequenas moscas no fogo. Desse modo, eles lembraram as palavras de Garga Muni que predisse, em virtude de seu vasto conhecimento dos Vedas e Astrologia, que este menino seria atacado por muitos demônios. Agora eles viam realmente que isso estava acontecendo, palavra por palavra.

Todos os pastores de vacas mais velhos, inclusive Nanda Maharaja, costumavam conversar sobre as atividades maravilhosas dos Senhores Krishna e Balarama, e estavam sempre tão absortos nessas conversas que esqueciam as três misérias da existência material. Esse é o efeito da Consciência de Krishna. O que foi apreciado cinco mil anos atrás por Nanda Maharaja ainda pode ser apreciado por pessoas em Consciência de Krishna simplesmente por falarem sobre os passatempos transcendentais de Krishna e Seus companheiros.

Dessa maneira, tanto Balarama quanto Krishna desfrutaram Seus passatempos de infância, Eles imitavam os macacos do Senhor Ramachandra, que construiu uma ponte sobre o oceano, e Hanuman, que pulou sobre a água até o Ceilão [atual Sri Lanka]. E Eles costumavam imitar esses passatempos juntos com Seus amigos e assim passaram muito felizes Sua vida infantil.


Assim termina o significado Bhaktivedanta do Capítulo Onze de Krishna, "Matança dos Demônios Vatsasura e Bakasura".
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Questionário sobre o Capítulo 11:

1 - O que acontece logo após a saída dos semideuses Nalakuvara e Manigriva?

2 - Por que quando Krsna era bem pequeno, ele trazia objetos pesados para seus pais, como por exemplo, os chinelos o banquinho etc.

3 - Conte a história da vendedora de frutas para alguém e veja como a pessoa reage diante desta linda potência de Krsna.

4 - Qual foi o argumento de mãe Yasoda para fazer Krsna e Balarama voltarem para casa, enquanto estavam brincando com os amiguinhos? Reflita sobre estas relações familiares e a aplicação destes conceitos em nosso dia a dia.

5 - Depois do aniversário de Krsna, os vaqueiros se reuniram e sobre o que conversaram? O que decidiram?

6 - Descreva as donzelas de Vraja. Compare com as mulheres de hoje em dia.

7 - Qual foi a tarefa que Krsna e Balarama receberam quando estavam mais crescidinhos? Pense um pouco sobre os deveres de um Vaisya.

8 - Qual é a forma do demônio Vatsasura? Que anartha ele representa? O que Krsna fez com ele? 
É fácil para você destruir este impedimento para o humor de Vraja?

9 - Qual é a forma do demônio Bakasura? Que anartha ele representa? O que Krsna fez com ele? 
É fácil para você destruir este impedimento para o humor de Vraja?

10 - Qual é o efeito de conversar sobre os passatempos de Krsna, segundo Srila Prabhupada?